Covid-19: Pesquisa do IFF/Fiocruz recebe prêmio durante o 33° Congresso Brasileiro de Patologia


A pesquisa “Análise Clínico Histopatológica de Placentas Positivas Para Covid-19” foi premiada durante o 33° Congresso Brasileiro de Patologia com o Prêmio da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP), na categoria pôster. O reconhecimento foi entregue à pesquisadora da Anatomia Patológica do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), Elyzabeth Avvad Portari, e à colaboradora médica, Aline C. Marino do Nascimento.


Registro da entrega do prêmio


O estudo sobre a gestação de pacientes com Covid-19 começou a ser desenvolvido assim que a pandemia de Covid-19 se instaurou no Brasil. Este já é o segundo prêmio dessa linha de pesquisa, que ficou em 1º lugar no XX Congresso da Sociedade Latino-americana de Patologia Pediátrica (SLAPPE), realizado em novembro, de forma on-line. O Congresso da SLAPPE é realizado a cada 2 anos e reúne pesquisadores da América Central e América do Sul, mas também de outros países, como Estados Unidos, Inglaterra e Espanha.

“Para o primeiro trabalho, selecionamos somente as placentas que tinham positividade no PCR para Covid-19, com a identificação da partícula viral e fizemos análise morfológica e correlação com dados clínicos maternos e fetais. Comprovamos o que a literatura já mostrava, que as principais alterações morfológicas observadas nesses casos foram; alterações inflamatórias e vasculares maternas e fetais. Já no segundo trabalho, selecionamos placentas que, de alguma forma, tinham comprovação da infecção materna pela Covid-19, seja no tecido placentário, na mãe ou na criança. Desta vez, trabalhamos com um número mais significativo de pacientes, com total de 155 placentas e 152 pacientes, pois 3 foram gemelares”, informa Elyzabeth.

O estudo identificou que apesar da maioria dos casos terem apresentado placentas comprometidas com alterações inflamatórias e de hipoperfusão vascular materna e fetal, de forma geral, elas devem ter cumprido o seu papel de proteção ao feto, visto que, a grande maioria das crianças não apresentaram evidência de doença ou sequelas da infecção materna durante a gestação. “A Covid-19 apresenta muito comprometimento da placenta, porém pouco comprometimento do bebê, diferente da Zika, que apresentava poucas alterações placentárias e alterações significativas nas crianças. A placenta realmente cumpriu seu papel de proteção durante a pandemia de Covid-19”, conta Elyzabeth.

Sobre os próximos passos, Aline declara. “O próximo passo é publicar essa pesquisa em forma de artigo, mas também pensamos em estudar gestantes vacinadas e comparar os impactos do vírus nessas mulheres em relação às não vacinadas, já que nesse estudo apenas 6,5% das gestantes estavam com a primeira dose do imunizante. Visto que a incidência de Covid-19 diminuiu muito por conta da vacinação contra a doença, a captação de placentas de gestantes com Covid-19 vacinadas poderá ser um desafio”.


As pesquisadoras, Aline C. Marino do Nascimento e
Elyzabeth Avvad Portari (Foto: Maria Luiza La Porta - IFF/Fiocruz)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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